sábado, 12 de fevereiro de 2011

Coisas da madrugada.

Um universo paralelo absurdamente inspirador. Assim defino a madrugada.
O silêncio que é interrompido apenas pelo tênue som do vento passando dificultosamente pelas frestas da janela, pelo grilo que lá fora canta solitário ou pela coruja que prefere admirar todas as noites, toda beleza e encantamento contidos na madrugada. Abrir a janela e sentir na pele a temperatura gélida do orvalho, ouvir o som das folhas bailando nas árvores, sentir o cheiro da terra, do asfalto. Ver uma mariposa voando em círculos na lâmpada que ilumina a rua, agora inócua, hostil, vazia...
É exatamente assim, você escuta o que o dia não te permite escutar, sente cheiros que o dia não te permite sentir. Até seus pensamentos mais ocultos você ouve. Tudo se torna mais leve, instigante, bonito. Um verdadeiro poço de sentimentos e inspiração.
Logo a sensação de paz que todas essas coisas unificadas causam, aos poucos vai cessando. Pelas frestas da janela que antes passava apenas a brisa, começa a passar a luz, que logo anuncia o caos do dia se aproximando. Então toda quietude se vai, toda magia e encantamento logo cessam.

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